O “quase lá” da 7ª Temporada de Black Mirror
- Cleo Assis (Convidada)
- 22 de abr.
- 3 min de leitura

Fiquei animada para falar sobre a chegada da sétima temporada de Black Mirror, já que tenho muito carinho, apesar de achar que a série bambeia há tempos sobre a linha tênue do bom e do ruim (principalmente na temporada 6, em que só o episódio “Demon 79” fez um bom trabalho.)
Com episódios entre 50 e 90 minutos, seis novas histórias são contadas e diferentes referências vêm à tona. Então, nada mais justo do que comentar sobre a série, baseado em meus interesses e a quem interessar ler.
Pessoas Comuns
Decepciona um pouco em relação ao enredo. A história linda de um casal que fez o que pôde para sobreviver sensibiliza o público. O problema é que segue o mesmo molde de outros capítulos da série: a construção é boa, mas se torna algo previsível. Não foi surpreendente nem genial, mas te deixa triste com a possível ideia de um futuro próximo. 3/5★

Bête Noire
É dramático e angustiante. Consegue manter uma tensão escalar nos primeiros minutos, principalmente no encontro inicial entre Maria e Verity, que constrange tanto quanto assistir “Shiva Baby” sem ler a sinopse. Gosto da sugestão de looping no fim do capítulo, que deixa a história em aberto, mas resolvida até certo ponto. Também não há nada de novo sob o sol, inusitado, mas nada memorável. 3,5/5★

Hotel Reverie
É triste e emocionante, referenciando outros episódios da série como “Striking Vipers”, revisita o uso de Deep Fake e a necessidade da indústria de recriar todo tipo de sucesso anterior. A história não prende muito, mas é a água com açúcar da temporada que vale a pena ser bebida. 4/5★

Brinquedo
Antes de falar do episódio em si, quero lembrar do filme interativo da série, Bandersnatch, que perpassa pelo mesmo universo do novo capítulo. Will Poulter retorna às telas como Colin Ritman, o desequilibrado desenvolvedor de jogos da Tuckersoft, agora anos mais velho. O episódio é bizarro, conciso e tenso, questionando novamente os assustadores avanços da tecnologia e a loucura da humanidade. 4/5★

Eulogy
Considero um dos episódios mais tristes. Não porque te faz chorar, mas por te fazer sentir algo parecido. Senti um pouco de “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças” no decorrer da trama. O personagem principal, que no início parece ríspido, revela-se, na verdade, como alguém que só se perdeu depois do fim de um relacionamento intenso. Simples, mas cheio de significados, é um episódio light comparado a tantos outros da série; 4/5★

USS Callister - Infinity
Por fim, temos um caótico spin-off de “USS Callister” da 4ª temporada da série. Apesar de estar cheia de expectativas, confesso que, por um momento, acreditei que seria mais uma terrível continuação de tantas outras feitas. Felizmente estava errada; dessa vez, o episódio finaliza com maestria a sétima temporada e, apesar de não ser a maior fã da temática espacial, não reconhecer que é o melhor episódio de Black Mirror seria omitir a mais pura verdade. O atropelamento à la Regina George, os figurinos e ação me conquistaram por completo e talvez te conquistem também; 5/5★

Por enquanto, não há mais nada a ser dito além de comemorar: finalmente, os produtores de Black Mirror parecem ter tomado as rédeas da situação e, talvez, continuem fazendo um bom trabalho nas temporadas subsequentes.
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