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Mamma Mia | mais de 10 anos de sucesso e controvérsias

Atualizado: 8 de jun. de 2024

Não é surpresa para ninguém que os filmes de “Mamma Mia!” estão sob os holofotes (under the Super Trouper lights) há mais de 10 anos. O filme lançado em 2008 e dirigido por Phyllida Lloyd é uma adaptação do musical da Broadway de Catherine Johnson e ganhou uma sequência em 2018, denominada “Mamma Mia: Here We Go Again!”, continuando com uma trilha sonora tão marcante quanto a do primeiro filme e da própria obra original. Tanto o musical quanto os filmes se baseiam nos álbuns do grupo sueco ABBA, com músicas contagiantes, muito bem encaixadas e que nos fazem mergulhar na trama.


Mamma Mia - foto 1
Foto: Divulgação/ Universal Studios

“Mamma Mia!” se passa na Grécia, em um hotel gerenciado por Donna, mãe de Sophie, protagonista da história, uma jovem gentil, animada e curiosa. Juntamente com as melhores amigas de Donna, Tanya e Rose, ambas fazem os preparativos para o casamento da jovem com Sky. No entanto, Sophie convida três paixões antigas descritas no diário de sua mãe para descobrir se um deles poderia ser seu verdadeiro pai.


Já em “Mamma Mia: Here We Go Again” somos apresentados à trajetória de Donna no passado, mesclando com a atualidade, onde Sophie agora gerencia o hotel e o prepara para uma reinauguração.


Por ser baseado nas músicas do ABBA, a trilha sonora literalmente se comunica com o enredo, faz parte dele. É muito interessante a forma como realmente é possível lembrar dos filmes só de ouvir a trilha sonora. São exemplos nítidos, momentos como no primeiro filme, quando Sophie lê o diário de sua mãe para suas amigas ao som de “Honey Honey”, intercalando as suas falas com a letra da música e contando como Donna conheceu seus três possíveis pais.



Ou como em “Mamma Mia: Here we go again!”, quando Sophie e Sky interpretam “One of us”, trilha que descreve perfeitamente a situação em que os dois se encontram, longe um do outro por conta de uma viagem de negócios de Sky, ambos interpretam a letra da canção ao longo da cena.



Um ponto curioso de se observar é a relação dos figurantes com os personagens principais no longa de 2008. Em diversos momentos, eles parecem invisíveis aos personagens, além de, em algumas partes, terem um papel de representação e identificação do público dentro do filme.


Enquanto Donna performa “Mamma Mia”, música que dá nome ao filme, essa “invisibilidade” pode ser notada no momento em que a dona do hotel tenta abrir o alçapão para espiar sua antiga casa de bodes, onde estão Harry, Bill e Sam e não consegue. Então, um figurante abre o alçapão, mas ela age como se não os visse, apesar de estar rodeada por eles. A situação se repete quando eles “assopram” ela para dentro da casa, promovendo o grande reencontro. Em diversos momentos do filme é possível notar esse padrão, no entanto, isso já não ocorre na sequência do longa.



ERROS DE CONTINUAÇÃO?


Apesar de serem duas obras cinematográficas muito divertidas e contagiantes, é possível notar algumas diferenças ao comparar as histórias. No primeiro filme, na cena já citada do diário, Donna descreve como conheceu Sam, Bill e Harry. Mais para frente no filme, quando ela os encontra na sua antiga casa de bodes, é possível ter um vislumbre de seus estilos e personalidades. Na sequência de 2018, além de apresentar uma continuação para os eventos do primeiro filme, também revela a história por trás da trama inicial, justamente a história de Donna antes de engravidar de Sophie.


O problema é que, ao comparar as descrições do primeiro filme com a forma retratada no segundo, encontram-se várias discrepâncias, a começar pela ordem em que ela descreve como conheceu seus três amores. No primeiro, a ordem é Sam, Bill e, por último, Harry. Já no segundo, ela primeiro conhece Harry na França, depois Bill, tentando pegar um barco para a ilha principal dos dois filmes, Kalokairi, e só então ela conhece Sam.



Outra diferença está nas descrições de seus encontros. Ela nunca chega a levar Harry na ilha, como diz em seu diário, apesar de que ele tenta ir até lá, mas perde a balsa. Seu envolvimento com Bill também não acontece logo de cara. Ele leva Donna até a ilha e vai embora para uma competição, prometendo voltar. Nesse meio tempo, já em Kalokairi, ela conhece e se envolve com Sam. Pelo menos, as partes dele ser casado, ter que voltar para sua esposa e os acontecimentos revelados no final do longa que o antecede, são mantidos.


Além disso tudo, as descrições do estilo dos personagens também não se mantém fiel às previamente apresentadas em “Mamma Mia!”. Claro que não tinham como ter a mesma aparência, visto que em 2008, suas versões jovens eram os mesmos atores “fantasiados” deles mesmos, só que mais novos. Já na sequência de 2018, eram de fato outros atores mais jovens os interpretando. A questão é que as personalidades ficaram distantes das descrições originais. Talvez propositalmente, por uma questão estética e diferença nas décadas de produção dos filmes, ou por uma possível falha na verificação desses detalhes.


Mamma Mia - foto 2
Foto: Reprodução/ Mamma Mia!

Mesmo com esses problemas de correspondência entre os filmes, a essência continuou a mesma. Assistindo ao produto final, parece ter sido um filme muito divertido de gravar, tanto para os atores e atrizes, quanto para a produção. São dois filmes incríveis, com um elenco de peso, como Meryl Streep, Amanda Seyfried, Pierce Brosnan e até a presença da Cher em “Mamma Mia: Here We Go Again!”, além de ambos os filmes terem participações especiais de dois integrantes do ABBA: Benny Andersson e Björn Ulvaeus. Os roteiros são divertidos e leves, com cenas marcantes e icônicas, sem falar dos figurinos e da fotografia. Até os créditos dos filmes são divertidos, ao ponto de dar vontade de levantar e dançar junto com os personagens.


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