CRÍTICA | Patos! Os melhores patos aventureiros do mundo
- Victor Lee
- 21 de dez. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 8 de jun. de 2024
Em mais um acerto da Illumination nasceu Patos! Um filme infantil, que com um bom humor nos leva a uma divertida aventura, mas que pensa muito alto quando se quer passar uma mensagem para o público. Com o roteiro do Mike White, o verdadeiro Ned Schneebly em Escola de Rock. Além de contar com de dois diretores, o francês Benjamin Renner, que dirigiu animações como Ernest & Celestine (2012) e A Raposa Má (2017) e Guylo Homsy de Meu Malvado Favorito (2010) e O Lorax - Em Busca da Trúfula Perdida (2012).
A trama nos mostra a relação de uma família de patos, que nunca saiu de casa para explorar além do laguinho onde moram desde sempre. A família é formada pelo pai superprotetor Mack (Kumail Nanjiani), a mãe exploradora Pam (Elizabeth Banks) e os filhos Dax (Caspar Jennings) e Gwen (Tresi Gazal) que estão sempre buscando novas aventuras para não ficarem no tédio.
Todavia, tudo muda quando um novo grupo de patos aparece no lago, contando para a família do Mack uma sequência de histórias sobre viagens e como é a migração para outros continentes devido ao inverno. Após várias discussões e pensamentos do papai pato, ele decide se aventurar e conhecer o mundo. Assim começa uma boa aventura rumo à Jamaica tropical.
O longa, por mais que tenha uma pegada mais infantil, consegue agregar e conectar todos por ter uma leveza na trama.Mesmo possuindo um humor clichê, isso não apaga seu brilho, ainda mais se tratando de um filme tão assertivo em suas decisões, tendo personagens tão carismáticos, sem falar de como cada elemento se relaciona.
Já dublagem original os atores Kumail Nanjiani, Elizabeth Banks, Caspar Jennings e Tresi Gazal dão um show à parte. Mas nada disso supera a dublagem brasileira que conta com a participação de Claudia Raia, Ary Fontoura e Dani Suzuki que roubam a cena sempre que aparecem com referências e piadas que só quem é daqui vai entender.
Os elementos gráficos da obra surpreendem e nos levam a uma experiência encantadora ao assistir nas telonas. Os traços já familiares da Illumination nunca deixam de serem cansativos, no entanto os visuais dos patos estão impecáveis, além da bela ambientação das paisagens do céu, do lago e de New York que nos leva uma pequena referência a Homem Aranha desviando dos prédios e de máquinas de obra, tudo isso com uma dose de emoção e comédia.
Um dos pontos chaves do filme é o jeito que eles trabalham as mensagens para o público, uma delas é sobre a família e a superproteção de Mark. Será que isso é saudável? Como o desenvolvimento das pessoas é afetado por essa proteção exagerada? Essas perguntas vieram à mente durante o filme e é excelente o jeito que eles conseguem transmitir a ideia e a solução.
Outro ponto já trabalhado em animações, é os maus tratos e a liberdade dos animais como em Rio (2011) , 101 Dálmatas (1961), Spirit (2002). Onde os humanos capturam, vendem e deixam os animais presos em gaiolas, tudo isso é bem abordado na Obra. Mais uma sacada boa é o humor em mostrar como funcionam os abatedouros de animais atualmente mostrando o quantos os humanos conseguem enganá-los antes de maltratarem, daí surgir a ideia genial do roteiro de não demonstrar tanto uma relação humana com os animais.
Contudo, Patos! É um Quack de emoção, leveza e comédia para toda família aventureira. Apesar do roteiro não ter nenhum plot é bem equilibrado, a trama é divertida e reflexiva. Com certeza é um bom palpite para se assistir no início do ano, além de ter uma linda obra fotográfica traduzida para uma animação.
NOTA: 3.5/5
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