CRÍTICA | “Argylle - O Superespião” é o clichê inteligente!
- Victor Lee
- 1 de fev. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 8 de jun. de 2024

Quem trabalha com literatura ou com algum tipo de escrita sabe o quão importante é a criatividade e o poder que isso carrega para prender o seu público. Mas tudo começa a desmoronar para Elly, após uma tentativa de sequestro, deixando a escritora no centro de uma complexa guerra entre espiões reais. A trama ainda fica mais frenética após conhecer Aiden (Sam Rockwell), partindo assim para uma missão com seu fiel companheiro, o gato Alfie.
Na direção, temos o retorno de Matthew Vaughn, uma das mentes brilhantes por trás dos filmes da franquia Kingsman. Além de dirigir, Vaughn produz o filme; no roteiro, temos Jason Fuchs. O longa é inspirado no livro ainda inédito de mesmo nome, escrito por Ellie Conway. O mais curioso é que os direitos de adaptação foram vendidos antes mesmo do volume chegar às prateleiras. A ideia é que este seja o começo de uma franquia com ao menos três produções.
Choque de espionagem

Foto: Reprodução/Universal Studios
A trama de filmes de espionagem sempre segue um padrão desde os anos 60, tendo um papel hegemônico com suas intrigas, a pancadaria e o mistério, tudo isso com uma grande pitada de ação. Já a prática de espionagem é um trabalho um tanto sofisticado em prol de obter informações de caráter secreto ou confidencial sobre diversas organizações pelo mundo.
Mas o que tudo isso tem de conexão com "Argylle"? Bom, na obra, é evidente todos os clichês de espionagem e filmes de ação. A trama consegue pegar uma coisa já batido e transformar em algo cativante, que te prende pelo roteiro e pelo visual, lotado de explosões, cores e seu design ousado — Sim, um suco de "Kingsman" com uma espremida de "Kick-Ass".
O carisma do espião

Foto: Reprodução/Universal Studios
Um dos pontos altos para ser um bom espião é o carisma e a facilidade de lidar com as pessoas ao seu redor. Um dos grandes acertos desse filme é o elenco, que consegue ser bem-humorado e cativante. A química de Bryce Dallas e Sam Rockwell nos diálogos engraçados e nas cenas de ação, que, sem dúvidas, é uma das mais criativas do gênero.
Outros que roubam a cena são Henry Cavill e a cantora Dua Lipa, que vêm fazendo boas atuações em suas aparições nas telonas. Na trama, os dois esbanjam glamour e simpatia com as trocas de olhares. Ainda no elenco, temos Samuel L. Jackson, John Cena, Bryan Cranston, Catherine O’Hara, Sofia Boutella e Ariana DeBose.
Mesmo com o roteiro abraçando o que é real ou não, é muito interessante ver um elenco que consegue transmitir seriedade mesmo nos papéis de coadjuvantes. Exemplo disso são Bryan Cranston e Catherine O’Hara, que entregam tudo e mais um pouco.
As armas da escrita

Foto: Reprodução/Universal Studios
O que seria de um espião sem suas armas e "brinquedos legais"? Em diversos filmes, podemos ver o quanto é essencial a equipe técnica, como Benji em Missão Impossível ou Merlin em Kingsman: Serviço Secreto. No entanto, a arma secreta de Elly (Bryce Dallas) é a escrita, e isso é muito bem elaborado no filme, trazendo uma reverência muito maior do que se espera de uma escritora que ama o que faz.
Assim como Aiden, que mesmo com anos na profissão, não resiste aos conhecimentos que Elly desenvolveu estudando e pesquisando sobre o que é ser o agente Argylle para compor sua série de livros.
O veredito secreto

Foto: Reprodução/Universal Studios
"Argylle - O Superespião" sem dúvidas é um filme que bebe dos clichês de filmes de espionagem, mas faz isso de forma inteligente e com um humor refinado, apresentando heróis claramente delineados para o público torcer e vilões para odiar — ou não. É um filme que surpreende tanto pelo roteiro quanto pelas suas cenas de ação e comédia. Se você curte filmes do gênero, com certeza vai amar e ficar louco com os plots proporcionados pela obra do diretor Vaughn e da escritora Elly Conway. Nota: 3.5/5 🐱
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