top of page
moqueka

CRÍTICA | Wonka: Um outro lado de uma história bastante conhecida

Atualizado: 8 de jun. de 2024


Wonka

A história da Fantástica Fábrica de Chocolates e do enigmático Willy Wonka, fez parte da vida de muita gente e foi contada através de duas memoráveis obras cinematográficas. O primeiro filme é de 1971, com Gene Wilder no papel do doceiro e o outro é de 2005, com Johnny Depp dando vida ao personagem. Ambos contam a famosa história de Charlie, dos bilhetes dourados e da procura de Willy Wonka por um sucessor. Filmes emblemáticos que marcaram gerações e continuam marcando presença, mesmo depois de tanto tempo.


Já no novo longa, a narrativa é bem diferente. A começar pelo nome, que, diferentemente dos outros dois, não é “A Fantástica Fábrica de Chocolate” e sim “Wonka”, já que a história é praticamente toda voltada ao personagem e o começo de sua jornada como vendedor de chocolates.


Quem dá vida ao excêntrico e divertido Willy Wonka, é o Timothée Chalamet, um jovem ator, que atuou em filmes como “Duna”, “Adoráveis Mulheres” e “Me chame pelo seu nome”. O novo filme trata justamente de um Wonka mais jovem, inocente, curioso e ambicioso, no começo de sua história e o Timothée consegue trazer, tanto as características já conhecidas do personagem, quanto esse aspecto de juventude e novidade.


A obra também explora bem mais que os outros dois longas, o lado de mágico do personagem, muito bem interpretado pelo ator. Tudo na história transborda magia, os chocolates são encantadores, a maleta tem um ar de magia, as cores, com predominância do rosa e de um filtro amarelado, ressaltam o aspecto de extraordinário, até os efeitos especiais - muito bem feitos, por sinal - atuações, além é claro, das músicas ressaltam a magia.


Em relação a música, o filme é recheado de canções e coreografias, já começa com uma canção interpretada pelo próprio Wonka, sobre a sua chegada na cidade e seus sonhos de abrir uma loja de chocolates na Galeria Gourmet. Nem o Timothée Chalamet, nem os outros atores deixaram a desejar no carisma e afinação nas performances, todos entregaram apresentações dançantes, animadas e bem feitas.


No seu primeiro dia, Willy se encontra numa situação complicada, ficando preso e sendo obrigado a trabalhar numa lavanderia devido a sua ingenuidade e a um certo problema pessoal. No entanto, durante sua estadia encontra alguns personagens que terão extrema importância para a realização de seu sonho, principalmente uma menina chamada “Noodle” que o acompanha durante toda a sua jornada e se torna uma verdadeira amiga para ele. Apesar de Wonka ser o protagonista, sem Noodle, não teríamos a história que tivemos.


A narrativa se desenrola baseada na ambição de Wonka, contra os três principais donos de lojas de chocolates da cidade, os vilões em questão na obra. Logo de cara, no primeiro encontro dos três com o protagonista, ao provarem seu chocolate percebem a ameaça em potencial que seria Willy ao seu negócio. Os três mantêm um cartel e o monopólio da indústria de chocolates no local e a chegada de um jovem confeiteiro, com chocolates que fogem do simples e tradicional, trazendo diversão e magia nos seus produtos, é uma ameaça a ser combatida na visão deles.


A forma como as coisas se desenrolam, como Wonka consegue começar a prosperar, as tentativas falhas do cartel de atrapalhar seu sucesso, o desenvolvimento das relações com os outros personagens, acompanhado de várias músicas, trazem sempre um toque de diversão e humor para o longa, com momentos que tiram boas risadas da plateia.


Apesar desse lado cômico e divertido, o filme também traz momentos de emoção, principalmente ao tratar da relação de Willy com sua mãe e com o próprio ofício da produção de chocolates. O desfecho da trama é cheio de altos e baixos, com momentos engraçados e também momentos de tensão e emoção.


Como se trata do começo de tudo, certamente também somos apresentados ao início da relação do doceiro com os famosos Oompa-Loompas. Interpretado pelo Hugh Grant - que inclusive revelou, em uma coletiva de imprensa, não ter gostado do processo de captura de imagem para o papel - o icônico ajudante do Willy Wonka nos filmes anteriores, nem sempre teve uma relação amigável com o doceiro, mantendo durante anos uma certa rixa que é explicada no filme.


Ao mencionar a aparência desse ser inusitado, Wonka é desacreditado e até interpretado como maluco pelos companheiros, por se tratar de um pequeno homenzinho laranja, com cabelos verdes, trazendo uma clara referência aos Oompa-Loompas do filme de 1971.


As referências não param na aparência do personagem, a famosa musiquinha dos Oompa-Loompas também marca presença, inclusive na primeira interação dele com Wonka. Todas as cenas com participação do Oompa-Loompa, são recheadas de sarcasmo e humor e o Hugh Grant consegue transmitir esses aspectos durante todo o filme.


O longa traz muitas surpresas, emoções, toques de comicidade e nostalgia. É um filme divertido de assistir e que gera uma sensação de empatia e vínculo com os personagens. Um musical que não satura as músicas, que compõem a narrativa de uma forma a tornar a experiência leve e divertida. É muito interessante conhecer esse outro lado de um personagem já tão conhecido e emblemático, da sua história e caminhada até o surgimento da Fantástica Fábrica de Chocolates.


Nota: 4,5/5 🍫




Comentários


bottom of page