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CRÍTICA | F1 e a fórmula de Kosinski

Atualizado: 3 de jul.


THE F1 BEST MOVIE 2025

Sem dúvidas, um dos esportes mais populares do mundo e que ganhou ainda mais prestígio na última década, a Fórmula 1 é palco de um dos maiores acontecimentos deste ano nos cinemas. O filme, dirigido por Joseph Kosinski — o mesmo responsável pelo sucesso Top Gun: Maverick — faz o que sabe fazer de melhor: contar uma história envolvente e agregar ainda mais impacto ao mostrar os carros com cerca de 1.000 cavalos de potência.


Vale ressaltar que o filme é produzido pelo heptacampeão mundial Lewis Hamilton. No longa, o lendário piloto Sonny Hayes (vivido por Brad Pitt) retorna às pistas após anos de aposentadoria. Convencido a fazer seu retorno para ser mentor do talentoso novato Joshua Pearce (interpretado por Damson Idris), Sonny se junta à fictícia equipe ApexGP. Com sua vasta experiência e espírito competitivo intacto, ele aceita o desafio de conduzir a escuderia rumo à vitória, enfrentando os riscos e pressões do mundo da Fórmula 1.

Determinados a transformar a ApexGP em uma equipe de ponta, Sonny e Joshua precisam conquistar a confiança da comissão técnica e o apoio de figuras influentes do esporte. O filme mostra que, na Fórmula 1, as disputas vão muito além das curvas dos autódromos — envolvem estratégia, política e paixão. Gravado durante o Grande Prêmio da Inglaterra, o longa traz uma imersão autêntica no universo das corridas, com participações especiais de pilotos reais da F1.

Box

F1 o filme
Reprodução/Warner Bros. Entertainment

Um dos pontos mais interessantes do filme, sem pensar duas vezes, são os carros. Mas, para que isso seja ainda melhor, é necessário ter pessoas para dirigi-los e lidar com toda a pressão na hora do pit stop. O elenco, liderado por Brad Pitt, ainda conta com Damson Idris, Kerry Condon, Javier Bardem, Callie Cooke, Abdul Salis e outros, que ajudam a fortalecer completamente a narrativa e conseguem transmitir, de forma clara, divertida e tensa, como funciona uma equipe à beira do abismo em busca da ascensão. Ao falar sobre Sonny Hayes, é evidente o quanto ele serve como o elo de conexão entre todos os personagens. Ele é rabugento, galanteador, amigo e, claro, um dos melhores no que faz: correr. Para mim, uma das inspirações para o filme, além do próprio ator trazer sua essência, é Tom Cruise em "Missão: Impossível" e "Top Gun". Esse lado rebelde contribuiu significativamente para a dinâmica entre ele e Joshua Pearce, mostrando uma rivalidade que se transforma em amizade ao longo da trama. É até engraçado ficar em um meio-termo sobre quem está certo ou não durante as discussões, mas nada que não seja resolvido com a ajuda dos outros elos.


IDRIS E PITT EM F1
Reprodução/Warner Bros. Entertainment

Outro aspecto bem desenvolvido no filme, mesmo que em determinados momentos de forma mais frenética, já que o foco é a ação dos carros durante as corridas, é o crescimento dos protagonistas. Brad é o principal e tem um desenvolvimento muito mais elaborado, que abrange suas falhas, acertos, passado, futuro e sua determinação em sempre querer vencer. Por outro lado, Pearce é um jovem que sempre se preocupou com sua imagem e com a opinião dos que o cercam. Ver sua evolução dentro e fora das pistas foi fundamental para evitar que o enredo se tornasse maçante. Além disso, a atuação de Damson Idris é bastante excêntrica e pode ser comparada à de Yusuke e Kazuma em "Yu Yu Hakusho".


A transformação dos dois personagens ocorre gradativamente, assim como a da equipe como um todo. Os mecânicos, desenvolvedores e a equipe de montagem se tornam, de fato, um só grupo, unidos por um objetivo: vencer.

Overcut


O filme constantemente nos transporta para as pistas, algo que se tornou uma marca registrada de Joseph Kosinski. As curvas, as colisões e as perspectivas do piloto são acompanhadas por uma edição dinâmica que lembra um jogo. A proposta do filme se fortalece e evolui a cada segundo; sem dúvida, a adrenalina predomina. Sem querer desmerecer, "Gran Turismo" traz essa experiência, mas em "F1" tudo parece mais fluido, e é evidente como todos os elementos se conectam até o final.


F1 THE MOVIE
Reprodução/Warner Bros. Entertainment

Além disso, todas as cenas de corrida parecem representar o clímax do filme, o que é um acerto da produção, que conseguiu expandir a visão e resumir toda a temporada de maneira madura e inteligente. É importante destacar que o cineasta não hesita em celebrar a nostalgia do cinema americano que influenciou as gerações dos anos 80 e 90, ao mesmo tempo em que abre espaço para novatos, minorias e narrativas que não se concentram apenas no protagonista. Ele vai além, utilizando músicas, enquadramentos e uma fotografia que oscila entre o passado e o presente.


Push: O Veredito 


F1 THE BESTMOVIE 2025
Reprodução/Warner Bros. Entertainment

Por fim, “F1” é uma homenagem a todos os fãs e até mesmo àqueles que não são adeptos do esporte. É um espetáculo de movimentos, direção, atuação e fotografia, ou seja, é um verdadeiro destaque entre os filmes de carros e esportivos dos últimos anos. A essência do roteiro e suas inspirações contribuíram significativamente para a captura de toda a narrativa, proporcionando a sensação de estar dentro das pistas ou de ser um dos mecânicos. Brad Pitt é um verdadeiro showman e não precisa de muito para brilhar; o filme inteiro faz isso por ele, como se ele fosse a cereja do bolo. Mesmo com toda a velocidade e a simplicidade em buscar o básico bem executado, “F1” vale cada centavo investido em um ingresso. Nota: 4,5/5


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