Crítica | Contra o Mundo: O Surto Coletivo
- Victor Lee

- 25 de abr. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 8 de jun. de 2024

Se você está procurando um filme com sangue, porrada, tiros e mais sangue, porque acho que foi pouco, “Contra o Mundo” é sem dúvida o que você precisa. O longa nos apresenta um garoto forjado pela vingança após perder sua família, assassinada por Hilda Der Koy (Famke Janssen), a matriarca de uma dinastia pós-apocalíptica, que ocasionou no menino a perda da voz, da audição e de sua família.
A trama é guiada por sua voz interior, que ele pegou emprestada de seu videogame favorito. O garoto treina com um misterioso xamã (Yayan Ruhian) para se tornar uma máquina de morte, para pôr fim em tudo que foi tirado dele. Na direção temos Moritz Mohr, que faz seu primeiro longa-metragem, além de contar com Arend Remmers e Tyler Burton Smith na montagem do roteiro, com ideias frenéticas de ação e muito sangue por onde passa. Sem falar do icônico Sam Raimi na produção.

Reprodução: Paris Filmes
Um dos pontos cruciais para essa trama é a atuação de Bill Skarsgård, que interpreta “Boy”. Mesmo não falando, é interessante ver suas expressões faciais, além das coreografias bem feitas nas cenas de artes marciais. Skarsgård é conhecido principalmente por sua performance em “It, a Coisa”, no papel de Pennywise, o Palhaço, e mais recentemente em “John Wick: Capítulo 4” como vilão, mas sem trazer tanta adrenalina quanto os fãs esperavam. Contudo, em “Contra o Mundo”, Bill abraça a ideia e se joga nas loucuras de ser um jovem em busca de vingança, instaurando um caos sangrento nas artes marciais, resultando em uma carnificina por onde passa.
“O sangue que corre em mim sai da tua veia”
Abraçando as loucuras, o filme tem bons pontos no quesito "violência gratuita", com ótimas cenas de lutas e coreografias nas artes marciais, além de não dispensar a comédia ácida em determinados momentos, sabendo utilizá-la muito bem. Outro fator interessante são os efeitos práticos e especiais, com destaque, é claro, para a tonelada de sangue apresentada no longa.

Reprodução: Paris Filmes
Quanto às atuações, Bill Skarsgård carrega todo o peso do filme nas costas, dando vida a um jovem sanguinário. Porém, Isaiah Mustafa (It 2) e Andrew Koji (G.I. Joe Origens: Snake Eyes) roubam a cena com humor e carisma leve e descontraído, com destaque também para Jessica Rothe (A Morte Te Dá Parabéns 2), que tem um bom desempenho durante as lutas e no drama quase vilanesco.
No entanto, nem tudo são flores. O longa tem uma boa narrativa no início, mas se perde quando o clima vai ficando frenético, esquecendo o enredo e deixando lacunas na explicação de elementos da história, como personagens, sequências durante as lutas e a exibição do pós-apocalíptico da cidade, deixando o público incerto.
“If You Want Blood (You’ve Got It)”
"Contra o Mundo" é adrenalina pura, ação sem se importar com o certo ou errado. O filme se assemelha a um jogo de luta que acelera a cada nível, sem se preocupar muito com a história, algo familiar para quem quer apenas se divertir com o filme.

Reprodução: Paris Filmes
Além da influência dos jogos, é evidente o impacto que "John Wick" teve ao reinventar o gênero de filmes de ação. Apesar do clichê em seu enredo, é divertido acompanhar a insanidade dos personagens e o rastro de sangue deixado pelo caminho. Em suma, a obra é para quem busca curtir um filme e esquecer um pouco da realidade, mergulhando na loucura, e também serve como um aviso do que Bill Skarsgård ainda vai aprontar em 2024.
Nota: 3/5








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