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CRÍTICA | Como Treinar o Seu Dragão tem emoção, nostalgia e fidelidade

Atualizado: 10 de jul.

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Essa é Berk... Não, essa é a crítica do Moqueka de “Como Treinar Seu Dragão”. Uma obra que consegue ser muito fiel à animação e manter a sua emoção original. Outras análises podem dizer que não tem sentido em fazer uma obra tão semelhante, mas aqui, além do olhar crítico, fica o olhar de uma criança que se encantou e se emocionou com a mesma história anos atrás.


O live action é com certeza uma das adaptações mais fiéis a uma animação que já vi, o que pode gerar um discurso sobre a falta de originalidade para algumas pessoas. Contudo, querendo ou não, quando o roteiro foge da história original, muitas das críticas seguem por esse caminho de condenar as mudanças, como em “Lilo & Stitch” que estreou no mesmo período. O fato de ser quase 100% fiel merece muito crédito pelo cuidado e dedicação para ser “perfeito” nos mínimos detalhes.

Divulgação: Universal Pictures
Divulgação: Universal Pictures

O FILME


Abertura da DreamWorks. Música do filme ao fundo. O cenário se aproxima da Ilha e o arrepio chega na alma de uma criança que cresceu, e foi transportada para a primeira vez que viu aquela cena. Nos primeiros segundos do longa, quando o Soluço, protagonista da narrativa, começa a falar “essa é Berk” já dá para esperar uma boa adaptação.


A narrativa é exatamente a mesma da animação, o que gera um sentimento de familiaridade aos que já assistiram à animação. Acompanhar uma história que você já conhece e saber praticamente todas as falas de um filme que está no cinema é uma experiência peculiar e marcante, e que muito provavelmente foi compartilhada por muitos dos fãs de “Como Treinar Seu Dragão”.


Apesar de ser uma produção entendida como “voltada para um público infantil”, a sensação que passa é que, na verdade, foi pensada para as “crianças crescidas”, que assistiram ao original quando mais jovens, e mantém uma conexão com aquele enredo mesmo após crescer. Mesmo assim, as crianças e outras pessoas que nunca assistiram à animação, conseguem tranquilamente se conectar com a narrativa e com os personagens, atraindo inclusive um novo público para voltar e assistir à produção original.


IMAGEM DO FILME LIVE ACTION DE COMO TREINAR SEU DRAGÃO
Divulgação: Universal Pictures

A FIDELIDADE ALÉM DA NARRATIVA


A começar pelos cenários, eles passam a ideia que deveria ser o princípio de todo live action, trazer para o mundo real aquele determinado mundo de fantasia. Na verdade, todos os outros elementos cumprem esse mesmo papel. Os efeitos especiais, o CGI, são muito bem feitos, trazendo uma realidade e uma naturalidade às cenas e aos personagens, como os dragões, que talvez sejam os personagens mais difíceis de “trazer para o mundo real” tendo em vista que eles não existem.


As primeiras imagens vazadas do “Banguela” trouxeram um receio quanto ao que seria o design desses, os quais são, praticamente, os protagonistas da narrativa. Mas para “o bem de todos e felicidade geral da nação” os dragões ficaram muito bem feitos e “realistas” sem perder a memória da animação.


O Banguela é um dragão muito expressivo na produção original, e isso é mantido com perfeição na adaptação. Fato que pode ser observado claramente em cenas como quando Soluço e o dragão começam a criar uma conexão. O ápice é o momento que ele finalmente toca no dragão, selando esse elo. E diga-se de passagem, é uma das cenas mais lindas de ambas as produções e que, no live action, consegue manter a mesma emoção de assistir pela primeira vez. Claro que muito desse sentimento está atrelado também à trilha sonora, que é a mesma, e continua sendo marcante e comovente, passando as sensações esperadas para cada cena.


Cada frame que era igual ao original surpreendia, de um jeito bom, os fãs da animação. A fotografia do filme no geral está muito bem feita. Muitas das cenas eram exatamente iguais, mas algumas sofreram leves alterações e outras foram cortadas, mas nada interferiu no andar da narrativa.


IMAGEM DO FILME LIVE ACTION DE COMO TREINAR SEU DRAGÃO
Divulgação: Universal Pictures

AS MUDANÇAS


O apego à fidelidade é perceptível ao longo de toda a obra, e consegue ser perfeito em quase tudo, mas não dá para deixar de notar quebras de expectativa em relação a alguns dos personagens principais. Começando pelo mais óbvio, os personagens que mais fogem da proposta da animação, são os gêmeos. Na produção original eles realmente são muito parecidos e no live action eles são muito diferentes um do outro, o que foge da principal característica e até da personalidade dos personagens que é serem gêmeos, sendo lidos apenas como irmãos.


Outro momento que gera essa quebra de expectativa, mas não é tão perceptível quanto os gêmeos, é em relação ao pai do Soluço, Stoico. Na animação, ele é um personagem robusto e forte, e isso não é perdido no filme. No entanto, logo no começo ele está usando um casaco de pelos que dá essa aparência fiel ao personagem, mas no momento que ele tira esse manto, continua sendo um homem forte, mas não tão robusto quanto era esperado.


Apesar dos figurinos também estarem muito parecidos com a ideia da animação, eles fogem um pouco da “marca temporal” e local. Algumas peças são muito atuais, como as calças jeans e o moletom utilizados pelo Soluço, mas isso é somente um detalhe que pode passar despercebido.


IMAGEM DO FILME LIVE ACTION DE COMO TREINAR SEU DRAGÃO
Divulgação: Universal Pictures

No geral, é uma adaptação muito fiel à animação. A junção de todos os elementos consegue trazer uma nostalgia aos velhos fãs, mas também consegue passar as emoções e sensações esperadas à quem nunca viu a produção original, capturando possíveis novos públicos para ambas as produções. Emocionante, fiel e nostálgico seriam três palavras que definem bem a proposta desse live action.


Nota: 5/5



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