LISTA | 6 filmes Noir para assistir após o Troca Fitas
- Roger Caroso
- 12 de nov. de 2023
- 5 min de leitura
Atualizado: 8 de jun. de 2024

O Troca Fitas sobre o gênero noir trouxe "Falcão maltês", "Laura", "Sin City - A Cidade do Pecado" e "A Dama do Cine Shanghai", aqui vão mais 6 indicações para conhecer mais sobre um dos estilos mais clássicos de Hollywood.
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Pacto de Sangue (1944)
Belas Artes À La Carte
Sendo considerado um dos maiores filmes noir de todos os tempos, "Pacto de Sangue" é um dos grandes clássicos de Hollywood. Dirigido pelo lendário Billy Wilder e estrelado por Barbara Stanwyck, a obra é o maior exemplo do gênero. Apresentando características que serviriam de base e referência para tramas futuras e toda parte estilística do noir.

A história começa quando o vendedor de seguros, Walter Neff, encontra a sua femme fatale, Phyllis Dietrichson, que o convence a ajudá-la a cometer um assassinato para lucrar com um seguro de vida. À medida que o plano se desenrola, os dois mergulham cada vez mais fundo em um universo de traição e mentiras. Quando o investigador de seguros, Barton Keyes, desconfia do caso ele inicia uma investigação minuciosa, desencadeando um jogo de gato e rato.
O longa é marcado por diálogos refinados e uma atmosfera sombria, que reflete a decadência moral dos personagens. Barbara Stanwyck brilha como a femme fatale irresistível e Edward G. Robinson rouba a atenção com uma grande atuação como o investigador determinado. Wilder entrega aqui um clássico indispensável e atemporal, o primeiro grande marco do cinema noir.
O Terceiro Homem (1949)
Aluguel digital (YouTube)
Dirigido por Carol Reed, estrelado por Joseph Cotten e com uma bela participação do lendário Orson Welles, "O Terceiro Homem" se torna um dos grandes clássicos do noir. Uma atmosfera sombria e intrigante, uma fotografia fenomenal em um belíssimo jogo de sombras e iluminação, com uma icônica trilha de Anton Karas, esse filme se torna um grande retrato do pós Segunda Guerra na Áustria.

Situado nas ruas pós-guerra de Viena, o filme acompanha o escritor estadunidense Holly Martins (Joseph Cotten), que aceitou uma proposta de trabalho neste novo país, tendo sido convidado pelo seu amigo Harry Lime (Orson Welles). A trama se desenrola após Holly chegar em seu destino e descobrir que seu amigo havia falecido após um atropelamento. Contudo, ao considerar as circunstâncias suspeitas, nosso protagonista decide ir a fundo nessa história e investigar por si próprio.
Ao se preparar para o roteiro do filme, Graham Greene escreveu um pequeno livro para lhe ajudar no tom e caracterização na tradução para audiovisual. Uma das características mais marcantes da obra está na sua fotografia, Robert Krasker utiliza de forma maravilhosa o preto e branco, com uma clara veia do expressionismo, além do grande uso do "ângulo holandês", que foi essencial para a atmosfera. O longa é reverenciado até hoje como umas das grandes obras do gênero, tendo forte relevância técnica e servindo de inspiração para longas futuros.
Chinatown (1974)
Apple TV+
O filme de Roman Polanski se tornou uma espécie de grande representação do noir a partir da década de 1970, sendo provavelmente grande expoente do "neo-noir" e desse ponto em diante muitos começaram a trazer seu filme como a grande referência estilística e narrativa do gênero. Um filme lançado quase como um resquício daquele tempo de décadas atrás, se baseando em uma Los Angeles e uma visão cinematográfica que não existiam mais.

A obra que inicialmente se mostra mais uma trama simples e clássica do noir, onde um detetive é contratado por uma mulher para investigar uma possível traição de seu marido. Todavia, a cada novo passo de seu protagonista (brilhantemente interpretado por Jack Nicholson), mais ele se enfia no meio de uma grande trama sem nem saber como chegou ali e nem como sair.
O tom pessimista e de solidão em meio às noites angelinas é até hoje tudo como uma "força da natureza", um ser vivo dentro da obra, que muitos diretores e diretoras tentam emular. Querendo ou não, "Chinatown" se tornou provavelmente o mais popular dos filmes noir e maior referência possível, mesmo que não tenha feito parte de sua era de ouro.
Veludo Azul (1986)
Amazon Prime Video
Servindo de revitalização e renovação daquilo que foi tão popular nas décadas de 1940 e 1950, surgiram os filmes chamados de "neo-noir". A partir da década de 1960, novas obras foram definindo esse novo gênero, juntando características clássicas com novidades do contexto de suas épocas. "Veludo Azul" é um dos bons exemplos dessa atualização, tendo sido muito aclamado pela crítica e se tornou um clássico cult.

O jovem universitário Jeffrey retorna a sua cidade natal para visitar seu pai adoentado. Contudo, ele encontra uma orelha decepada no meio de um quintal e aciona a polícia para que investiguem o caso. Muito curioso com a situação e não vendo progresso na investigação, Jeffrey decide desvendar a situação por conta própria.
Quando se fala em filmes do gênero noir, o nome de David Lynch certamente não é o primeiro a se pensar. Contudo, o célebre mestre criador de Twin Peaks nos presenteou com um maravilhoso neo-noir em 1986, Veludo Azul. Trocando o preto e branco por tons de azul e roxo, Lynch segue diversos traços clássicos do gênero, como a trama sexy e investigativa, mas sem perder a sua veia estilística e temas surreais.
Los Angeles: Cidade Proibida (1997)
Amazon Prime Video
A obra de Curtis Hanson busca emular as raízes do gênero. Voltando no tempo diretamente para 1953, abordando os temas e sua época com um olhar moderno, mas que respeita o passado e busca homenagear essa parte fundamental do cinema norte-americano. Baseado em um romance homônimo, "Los Angeles: Cidade Proibida" foi um sucesso comercial e crítico, tendo uma excelente bilheteria e 9 indicações ao Oscar.

Na Los Angeles cinquentista, acompanhamos 3 diferentes detetives, são eles: o bruto Bud White (Russell Crowe), o esperto Jack Vincennes (Kevin Spacey) e o certinho Ed Exley (Guy Pearce). Esses três homens se envolvem em uma grande trama que envolve não só a polícia, mas toda a cidade, com redes de conspiração e diversos planos ocultos, mas em meio a tudo isso, a icônica femme fatale, Lynn Bracken, interpretada maravilhosamente por Kim Basinger.
Definitivamente esse é um filme que aborda de forma brilhante os temas de honra, justiça e ego. Em meio a tantos detalhes e uma trama extensa, nossos protagonistas sempre são o foco, sejam suas relações, sejam seus desenvolvimentos. Uma obra completa na técnica, nas atuações e no ótimo roteiro, um exemplo de que é possível fazer um noir clássico por lentes modernas.
Vício Inerente (2014)
Aluguel digital (YouTube)
Obra de um dos principais diretores da atualidade, "Vício Inerente" é um dos grandes filmes do ilustre Paul Thomas Anderson. Baseado no romance homônimo de Thomas Pynchon, o longa é um dos melhores exemplos do neo-noir recente e tem um elenco estrelado, Joaquin Phoenix comanda as ações, tendo ainda participação de Josh Brolin, Owen Wilson, Katherine Waterston, Reese Witherspoon e Benicio Del Toro.

Larry "Doc" Sportello (Phoenix) é um detetive particular e viciado em maconha que acaba sendo convencido por sua ex-namorada (ainda não superada) a investigar o desaparecimento de seu atual affair, um bilionário do ramo imobiliário. Sem a menor noção da situação em que estava se metendo, Doc inicia as procuras na sua Califórnia dos anos 70. Contudo, suas descobertas sempre tomam os rumos mais inesperados possíveis, o levando a encontrar muita coisa que não estava procurando. E é claro, sempre com o seu cigarro em punhos.
O longa de Anderson se difere em gênero e grau dentre todos os outros da lista. Bem humorado, extremamente sarcástico e tendo uma edição que complementa demais a sua complexa e delicada narrativa, sendo um filme único. Não há um ponto abaixo, aqui a excelência vira costume, fotografia, direção, trilha e definitivamente as atuações em meio a um maravilhoso roteiro completam uma obra prima moderna.
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