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CRÍTICA | TOC TOC TOC: Ecos do Além é mais um terror sem alma

Atualizado: 8 de jun. de 2024



Para os amantes do terror, os últimos anos vêm trazendo um renascimento ao gênero. Obras únicas que arriscam e acertam em cheio, vide "Corra!" de Jordan Peele e "O Farol" de Robert Eggers. Mas definitivamente esse não é o caso de "TOC TOC TOC: Ecos do Além", que estreia dia 31 de agosto nos cinemas nacionais.


A história do filme começa na semana do Halloween, quando o pequeno Peter começa a ouvir constantes batidas na parede do seu quarto durante a noite, mas seus pais incessantemente o dizem que os sons são apenas parte de sua imaginação. Ao longo dos dias, a situação vai piorando e o garoto vai sendo consumido pelo assombro e pela dúvida de um possível segredo guardado por seus pais.

Protagonista Peter
Foto: Divulgação/ Paris Filmes

A trama do longa é inspirada pelo conto "O Coração Revelador" (The Tell-Tale Heart, no original) do célebre autor britânico, Edgar Allan Poe, muito conhecido por suas histórias que envolvem o mistério e o macabro e pelo poema de cunho sobrenatural "O Corvo", além de diversas outras obras famosas.


O plot inicial gera curiosidade ao espectador, mas a condução é destrambelhada e atropelada. Não sendo capaz de gerar um foco único e coeso para a narrativa, a trama cria pontos de interesse que não convergem bem. O roteiro assinado por Chris Thomas Devlin (que foi um dos roteiristas do recente e fraco remake de "O Massacre da Serra Elétrica") definitivamente é um dos pontos mais fracos do filme.


Lizzy Caplan
Foto: Divulgação/ Paris Filmes

Aqui, Samuel Bodin (diretor da série "Marianne" da Netflix) faz sua estreia em longas-metragens e o resultado é bem complicado. Bodin mostra um bom entendimento no clima e tom do filme, mas tende a optar por clichês na hora do susto, nunca realmente dando um toque de vida para a obra.


Contudo, o destaque técnico vai definitivamente para o diretor de fotografia Philip Lozano. Mesmo sem ser um grande nome da indústria, Lozano entrega um trabalho extremamente competente e que definitivamente capta a atenção do espectador. Grande utilização da iluminação nos cenários, fazendo um belíssimo jogo de sombras que ajudam a contar a história do filme.


Protagonista Peter
Foto: Divulgação/ Paris Filmes

Sobre as atuações, temos novamente altos e baixos. Lizzy Caplan no papel de mãe superprotetora tem momentos pra lá de esquisitos e que geram uma dúvida no público, "Será que essa estranheza é proposital ou ela só exagerou no comportamento?".


Anthony Starr interpreta um pai difícil e extremamente questionável. Infelizmente, sua interpretação acaba ficando muitíssimo parecida com seu trabalho na série "The Boys", onde interpreta o super-herói psicopata Capitão Pátria. Tanto trejeitos quanto os olhares se assemelham demais ao que ele já apresentou, dando a impressão de que a qualquer momento ele vai soltar laser pelos olhos.


Finalmente o destaque na atuação, Woody Norman, o protagonista Peter. O jovem ator de 14 anos entrega novamente uma baita atuação — em 2021 ele fez dupla com Joaquin Phoenix no excelente "Sempre em Frente" — sendo disparadamente o melhor do trio. O garoto sabe quando tem de entregar medo, tensão e até mesmo dureza. Uma ótima composição para a idade, olho nele!


Para fechar os personagens principais, Cleopatra Coleman interpreta a professora substituta de Peter. Uma mulher que não mede consequências para ajudar o garoto, tendo um instinto praticamente heroico e detetivesco. Ela não se destaca, mas também não faz feio, ficando no meio termo.


Lizzy Caplan
Foto: Divulgação/ Paris Filmes

"TOC TOC TOC: Ecos do Além" infelizmente entrega um longa pouco inspirado e desinteressante, mas a pior parte é sua falta de confiança. O filme parece ter receio de falar o que realmente quer ser e dar sua cara — literalmente — E acaba seguindo a cartilha de filmes que só olham para o futuro, já pensando em sequência, se tornando mais um em meio a uma multidão de filmes sem alma.


Nota: 2/5



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