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CRÍTICA | Missão: Impossível Acerto de Contas Parte 1

Atualizado: 8 de jun. de 2024


A franquia “Missão Impossível” é uma das mais marcantes do cinema, com nosso amado Tom Cruise e com 7 filmes produzidos, desde 1996 até os dias atuais. No mais novo longa, lançado em 2023, além de ter sido o primeiro da franquia a ser indicado ao Oscar, ainda foi citado duas vezes: Indicado a Melhor Som e Melhores Efeitos Especiais.


As primeiras cenas têm o papel de nos apresentar a questão chave para o desenvolvimento da história, apesar de esse fato só ficar claro após o contexto nos ser apresentado mais adiante, o que eu achei interessante, porque me passou aquela sensação de: “O que raios está acontecendo?” seguida de um “Ahhhh, agora faz sentido”. Isso não é exclusividade do começo do filme, o sentimento se estende por toda uma narrativa cheia de surpresas. Além disso, há literalmente uma chave, que se mostra o objetivo central de todos os personagens do filme.


A obra conta tanto com a participação de velhos conhecidos do público e do Ethan Hunt, quanto com a adição de novos personagens, realmente mexendo com a cabeça e sentimentos do protagonista. Cabe aqui um elogio ao Tom Cruise por ainda continuar e dar continuidade a uma franquia cheia de ação. Com 61 anos ele continua se entregando muito ao papel que desempenha há 28 anos, a boa forma e charme de espião intactos.


Como em todos os outros filmes, a tecnologia se faz muito presente no decorrer da história, com o porém de que, nesse caso, a tecnologia nem sempre é somente aliada. A ameaça da vez é a chamada “Entidade”, uma Inteligência Artificial super poderosa - o famoso “quem a controla, controla o mundo” - que “se rebelou” por motivos desconhecidos e agora todos estão atrás das metades da citada chave, que supostamente pode controlar a “Entidade”, menos Ethan Hunt. Não se engane, ele também está atrás da chave, mas seu objetivo vai de encontro ao dos outros, ao invés de controlá-la, ele deseja destruí-la.


A forma como o longa estabelece e apresenta a força da Entidade também é algo a se notar. Ao invés de simplesmente jogar na cara do espectador um monte de informação, o conceito de poder dela é mostrado de forma prática. Cenas como a em que Benji tem que desarmar uma bomba no aeroporto e a IA fala com ele, como se tivesse vontade própria, ou quando é apresentado o “poder” de apagar Gabriel das imagens de segurança em tempo real, são exemplos dessa explicação na prática.


Os dilemas da trama são conhecidos: fazer o certo sempre pelo bem maior, proteger aqueles que ama e a ganância e busca por um poder irresistível. Um diálogo resume bem os pretextos do filme: “What would you do with that key if you had it? The key with the power to bring the world to its knees”, “It's too much power for one man to have”. (Tradução: “O que você faria com a chave se a tivesse? A chave com o poder de deixar o mundo de joelhos”, “É poder demais para um homem possuir”)


Apesar de ser um filme de ação e ter muitos momentos de tensão e suspense, a narrativa tem um quê de comicidade em alguns momentos, talvez até para aliviar um pouco a tensão, antes de uma cena que vai te fazer prender o ar. 


Um bom exemplo disso, é Ethan está fugindo com Grace - seu novo possível interesse romântico? - e na busca por um novo carro para continuar a fuga, se deparam com uma linda Ferrari F12, mas, num belo momento de quebra de expectativa, seu carro de fuga na verdade é um Abarth 500e (propaganda sutil, ou não da Fiat) estacionado ao lado da Ferrari. O breve momento de comicidade e respiro logo passa, com uma nova perseguição para deixar nervoso até o último segundo.


Foto: Reprodução/ Filmgrab


O filme não foi indicado ao Oscar de Melhor Som atoa. A trilha sonora é presente em toda a narrativa e literalmente dita o que o telespectador sente em cada cena. Da calmaria à tensão, numa mudança de nota. Emoção, tristeza, dor, felicidade… A sensação de sentir seu coração acelerar como se você estivesse na cena. 


A sonoplastia acompanhada do jogo de câmera, ângulos de filmagem, direção de imagem , direção no geral e, é claro, a atuação muito bem feita, causam realmente uma verdadeira imersão na história. E é claro que não poderia faltar a clássica trilha de Missão Impossível, conhecida e amada por várias gerações de fãs e haters. 


Outro fator que o diferencia do resto da franquia é o fato de “Acerto de Contas” estar dividido em duas partes, deixando algumas questões no ar, provavelmente para serem resolvidas na parte dois. Um dos vilões apresentados, Gabriel, é um personagem do passado de Ethan, que, apesar de ter deixado claro ser um dos vilões da trama, não deixou clara as suas motivações para tal. Ele está sendo controlado pela Entidade? Ele também está atrás do controle da Entidade? Porque a Entidade ajuda ele? São alguns dos questionamentos que ficam no ar após o fim.


No geral é um filme que segue o padrão “Missão Impossível” de emoção, com diversos pontos de virada e plots, dos mais simples aos mais complexos. No quesito controle de expectativa, acredito que o filme realmente tem o espectador na palma da mão. Apesar de ser uma fórmula já conhecida pelo público, ainda tem a capacidade de pegar de surpresa e mexer com as emoções de quem assiste. 


Como o próprio Tom Cruise já demonstrou interesse em continuar na franquia por muito tempo e a parte dois com previsão de lançamento para 2025, acho que é seguro dizer que ainda teremos algumas missões impossíveis nos próximos anos. A questão que fica é até quando é possível dar continuidade, sem cair nos conceitos de “se melhorar estraga” e “repetitivo”?


Nota: 5/5



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