CRÍTICA | Better Man: O melhor filme de não Macaco já feito!
- Victor Lee
- 13 de mar.
- 5 min de leitura
Por definição, um Pop Star significa ser uma figura de grande destaque na música popular, ter inúmeros fãs, uma presença marcante na mídia e um estilo que influencia a cultura e tudo ao seu redor. Desse jeito, cantores, boys e girls bands fazem a indústria da música global gerar bilhões por ano. Essa influência, sem dúvidas, nos faz querer parecer com esse pop star ou tentar buscar essa fama para si mesmo, assim aconteceu com Robert Peter Williams, cantor e compositor que fez sucesso no grupo Take That e agora no seu filme.
Better Man - A História de Robbie Williams é um filme musical dirigido por Michael Gracey que narra a trajetória polêmica e de superação do cantor britânico. é um filme musical dirigido por Michael Gracey que narra a trajetória polêmica e de superação do cantor britânico. A produção explora sua ascensão ao estrelato, os desafios enfrentados ao longo da carreira e sua inesperada ressurreição na indústria musical. Um dos pontos mais interessantes é o olhar inovador sobre os altos e baixos da fama, o longa se inspira na própria percepção de Williams sobre sua vida e legado.
A obra traz uma experiência visual e sonora envolvente, além de buscar na nostalgia as versões reinventadas dos maiores sucessos do cantor, além de performances icônicas recriadas com números espetaculares e efeitos visuais muito bem feitos.
Como devo me ver?
Muitos não entenderam ou ainda vão entender por que um macaco e não um ser humano? Em resumo, o Robbie se vê assim, como um macaco, e durante todo o filme é sensacional ver todas as suas performances, sentimentos e mudanças de visual sem perder a essência dos efeitos e do enredo. Contudo, eu vou mais além, em estudos, um dos pontos mais centrais da autocompreensão voltada para a filosofia destaca várias maneiras de entender o próprio ser. Uma das que mais se encaixa, justamente como o Robbie se vê, é o Idealismo, onde a sua percepção de ser um macaco molda por completo a sua realidade.
Porém, ao longo do filme, é possível entender outro lado da autocompreensão realizada pelo roteiro e baseada nas histórias vividas por Robbie, que é o pragmatismo neste caso: quem é você? E o que você faz? Desta forma, a ideia prática e objetiva do Pragmatismo faz a gente ter escolha de como nos vemos, ou seja, é capaz de nos enxergar como seres determinados tanto pelo passado, quanto como agentes livres para construir nossa identidade.
Aqui fica claro o quanto o Robbie Williams, mesmo com todas as dificuldades da vida, conseguiu ser tanto moldado pelo passado devido aos problemas com o pai, os vícios e com os membros da banda e, mesmo assim, sendo um agente livre para trazer sua identidade, esse que se define como um macaco e mais ainda capa do filme e do seu primeiro álbum solo feito em 97, “Life Thru A Lens”. O álbum por si só já é uma mudança de chave no cantor e na sua carreira, o filme traz grandes referências que ocorrem durante esse período e os gêneros apresentados pelo cantor que mistura pop, rock e o Britpop.
O Vilão e o Herói da minha própria história
Fazer uma cinebiografia requer muita coragem para de fato expor seus erros, acertos e mostrar seus lados que poucos conhecem na sua trajetória até a fama. Um dos filmes em que mais vi isso acontecer é o Rocketman (2019), Reginald Dwight ou melhor, o Elton John como ninguém nunca viu. Mas agora, sem sombra de dúvidas, Better Man conseguiu aprimorar toda essa essência passada pela obra do Elton, com muita originalidade, carisma e muita confiança de transmitir uma mensagem tão clichê que é os altos e baixos dos famosos.
A obra faz jus a uma ótima cinebiografia por mostrar os erros e seus medos a todo momento do Robbie, desde sua chegada para as audições, as subidas no palco, as inseguranças de mostrar as suas músicas, os vícios em bebidas e narcóticos e os problemas com a família e profissionais. Better Man expressa renascimento, amadurecimento e força de vontade, construído por cenas que marcam a trajetória de um cantor polêmico, mas que também destoa de um cara simples e sonhador, que só queria ser visto melhor pelo pai, que apenas precisava de um diálogo melhor com as pessoas, mas sua teimosia e poder fizeram perder muita coisa durante esse processo até sua volta vitoriosa.
Outro ponto que faz isso dar certo é a atuação do Jonno Davies, mostrando toda sua desenvoltura na captação de movimento e dando voz ao grande macaco louco, e do próprio Robbie, que faz a narração com muita maestria e entrega com carinho sua voz. Destaque também para as atrizes Kate Mulvany e Alison Steadman, mãe e avó do personagem que carrega boa parte do drama familiar, além do Steve Pemberton que é o pai do cantor que, sem dúvidas, vem como um antagonista do filho, mesmo o próprio Robbie sendo o vilão e o herói da sua história.
O macaco é FODA
Toda construção visual, as transições, as câmeras e os cortes do filme sem dúvidas é um grande cuidado feito pelo diretor Michael Gracey (The Greatest Showman, 2017) e que trabalhou na produção de Rocketman ( 2019). A obra também traz um ótimo repertório musical, assim, com as performances para as cenas tristes, de euforia e de romance se fortalecendo a todo momento sem deixar de lado a cinebio. Sem falar no CG e toda sua mensagem de reflexão tanto do Robbie como pessoa, quanto da fama e dos altos e baixos, o filme emociona quando é preciso, te deixa com raiva nos momentos mais raros e te choca por ser tão bom.
Um dos aspectos mais interessantes da obra é sua luta contra se mesmo, uma das cenas mais marcantes de uma cinebiografia já feita, algo que trazendo para vida real, é bem frequente com as pessoas e assistir essa cena especificamente no filme que traz o protagonista não macaco, sendo um macaco é puro cinema. A grande perspectiva de que só ele consegue se ver assim e as pessoas ao seu redor não é genial e que traz um poder maior ao filme.
O Veredito
Por fim,Better Man - A História de Robbie Williams é muito mais que só uma cinebiografia, é um retrato do amadurecimento de uma pessoa real, que tem medos, erros, acertos e mostrou que a música salva. O filme carrega originalidade, carisma e traz um impacto emocionante ao telespectador ao saber detalhes da vida de um dos cantores mais polêmicos do Reino Unido. Com ótimas músicas, um roteiro fechado, ótimas atuações que refletem no espetáculo que é ver esse filme. Triste saber que ele só apareceu em uma categoria no Oscar, sendo que ele é muito melhor que outros filmes que estavam concorrendo. Então deixo aqui as minhas sinceras: VÁ VER BETTER MAN.
Nota: 5/5 🐵🧑🏻🎤🎹📀
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